segunda-feira, 18 de maio de 2009

Abelhas Nativa Tubí





abenatubi.blogspot.com - Tudo de Bom para sua vida Saudável.
sr Wilson entre em contato, aguardo as amostras e preços. nilson.lana@uol.com.br
ou por telefone, abraços a todos, aguardo nilson Fa.E.D. - (12) 3887-7052


Doações,
clique aquí.


Fa.E.D. clique aquí.


Eu faço seu Blog site Gratuito mesmo. clique aquí.


Eu faço seu Blog site Gratuito mesmo. clique aquí.
Abelha se
m mel
O convite de um criador de abelhas nos leva, agora, para o Maranhão. No e-mail, seu Wilson Melo, do município de Barra do Corda, conta que tem mais de 600 colméias de uma abelha brasileira que praticamente não produz mel. Só pólen e própolis. É a tubi.
Sexta-feira, 24/04/2009

Um criador de abelhas do Maranhão conta que tem mais de 600 colméias de uma abelha brasileira que praticamente não produz mel, só pólen e própolis.

O convite de um criador de abelhas nos leva, agora, para o Maranhão. No e-mail, seu Wilson Melo, do município de Barra do Corda, conta que tem mais de 600 colméias de uma abelha brasileira que praticamente não produz mel. Só pólen e própolis. É a tubi.

Como o seu Wilson diz no e-mail que ficaria muito satisfeito em um dia receber a visita do Globo Rural, o César Dassie e o Sandro Queiroz aceitaram o convite.

O município de Barra do Corda fica no sul do Maranhão, a 450 quilômetros de São Luís. Lugar onde o rio Mearim se encontra com o rio corda e essas águas dão o refresco para as crianças e o sustento para as lavadeiras. Como já sabia da nossa visita, seu Wilson espalhou faixas pela cidade desejando boas vindas para nossa equipe.

Para chegar na casa dele tivemos que descer uma ladeira a pé. É que choveu muito na noite passada e o carro não conseguiria fazer o caminho de volta. Seu Wilson contou que escreveu o e-mail uma semana depois que comprou o computador. O enxame do seu Wilson é um exemplo de como a abelha tubi vive na natureza. “Aqui é uma colméiazinha dela no tronco da árvore aqui”, diz seu Wilson.

Troncos de árvores servem de moradia para muitas abelhas sem ferrão. O Brasil possui cerca de 400 espécies e muitas delas ainda sem nenhum estudo. As mais famosas são a jataí, a mandaçaia, a uruçu e a jandaíra.

A abelha tubi é do sul do Maranhão, sul do Piauí e norte do Tocantins. Ela tem menos de um centímetro e sua espécie ainda não foi identificada cientificamente. A tubi vem ganhando fama depois que seu Wilson passou a frenquentar eventos por todo o Brasil, onde posou ao lado de alguns dos pesquisadores mais respeitados em abelha nativa.

“E aqui tem então, participação no Piauí, no Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, na Paraíba, onde tem congresso de abelha eu vou. Tanto levo novidade quanto trago”, diz Wilson.

Ele informou que 90% dos congressistas que ele freqüenta não conhecem a abelha tubi. O biólogo José Malheiros, por exemplo, trabalha na agência de pesquisa agropecuária e extensão rural do Maranhão e conhece o seu Wilson há 10 anos. Antes disso, nunca tinha ouvido falar na abelha tubi. O seu Wilson provocou os pesquisadores a vim visitá-los e a começar desenvolver pesquisa nos seus laboratórios e nas universidades. “Não tem como falar de tubi sem falar com o seu Wilson e sem vir aqui à região de Barra do Corda”, diz Malheiros.

O interesse pela abelha tubi começou há 25 anos, quando seu Wilson ainda era produtor de acerola. E já que as abelhas nativas são excelentes polinizadoras, ele saiu em busca de uma espécie regional para aumentar a produção dos seus 2.100 pés da fruta. “Um dia eu visitei um vizinho e quando cheguei lá ele estava brigando com um caixãozinho de abelha porque ela não produzia mel, só produzia pólen. Que o pólen ele chama de saborá e xingando que aquela porcaria não dava mel, só dava saborá e ia jogar aquela abelha no mato. E eu me ofereci a comprar”, conta seu Wilson.

Ele abandonou a acerola depois disso porque a cooperativa que tinham faliu. “Aí eu passei dois anos sem tirar acerola e depois resolvi arrancar essa acerola e tocar o barco só nas abelhas. É a minha fonte de renda, 99%”, diz.

Com a própolis e com o polén da tubi, seu Wilson faz sabonete, shampoo, pomada e xarope. Produtos que vem sendo estudados por pesquisadores, devido aos bons resultados em alguns tratamentos. Nós estamos a menos de 30 metros do meliponário e você pode estar se perguntando porque nós estamos usando essa roupa toda fechada, se a abelha tubi não tem ferrão. Bom, essa foi uma recomendação do seu Wilson, que trabalha assim, paramentado, no dia-a-dia, quando vai mexer com as abelhas.

“Porque ela tem uma mandíbula que belisca demais. Então você não resiste. Ela vem no rosto, no olho, na boca. A solução é uma máscara muito simples de filó, que ela não vai, você colocou a máscara de filó. E botou na cabeça, pronto, você pode fazer toda a operação dela que, pronto, ela não vem mais em você. Não vai incomodar”, diz.

Só para deixar claro: a tubi não tem ferrão, portanto não pica. Mas quando se sente ameaçada, costuma morder. E com tanta abelha assim, melhor é estar protegido. As abelhas sem ferrão, como a tubi, fazem parte de um grupo chamado meliponíneos, daí o nome para o lugar onde elas são criadas: meliponário em vez de apiário. Os meliponários do seu Wilson tem até 60 caixas cada um. E ele tem 13 no total.

A caixa com tubi tem em torno de dez mil abelhas, pelo menos o dobro da população encontrada em colmeias de outras espécies brasileiras. “Aqui só abre com um ferro bem resistente, bem vedada. Eu vou tirar um pouco aqui de própolis, que ela vai se zangar um pouco”, diz.

Na parte central da colméia fica o ninho, onde também se esconde a rainha, que é bem grandona e tem quase três vezes o tamanho das operárias. Já nas bolsinhas ao redor do ninho é onde fica o alimento das abelhas: o pólen e o pouco mel que elas produzem. “Fica o mel, mas 90% do que tem aqui é pólen”.

O seu Wilson explica que cada célula de pólen é de uma cor, de acordo com a florada. “amarelo, pode ser escuro, pode ser vermelho, pode ser verde. De acordo com o tipo de flor”. Segundo ele, cada colmeia produz até oito quilos de pólen por ano, um quilo e meio de própolis por ano e de mel apenas duzentas ou trezentas gramas, no máximo trezentas gramas.

Para que não haja concorrência da florada, seu Wilson deixa uma distância mínima de seis quilômetros entre um meliponário e outro. Durante esses anos todos de observação sobre os hábitos da abelha tubi, seu Wilson notou que as caixas de madeira onde ficam as colmeias influenciam, sim, na produção das abelhas. Ele usou um dos caixotes por cerca de 18 anos e aí adaptou para outro. “É um caixote de 50 x 25 e com a tampa. Adaptei para essa outra caixa aqui, que ela se desenvolveu mais rápido. Que é o ninho, uma melgueira, outra melgueira e a tampa.que é um padrão desenvolvido pelo um grande ilustre Paulo Nogueira Neto. E as medidas são as seguintes: 29 centímetros de frente, 25 de lateral e 24 de altura. Oito para cada repartimento. Dentro da caixa, fundos vazados com três ripas ajudam na sustentação do ninho e dos potes de mel e pólen. “Muito simples e muito fácil de se fazer”.

Sem esquecer que é preciso, do buraquinho, o alvado dela, para elas entrarem e saírem. Com essas caixas, seu wilson melhorou o manuseio das abelhas, principalmente no que se refere a multiplicação das colmeias. “Se você pegar um repartimento desse cheio de cria, pegar um desse do fundo E colocar ele aqui em cima, Você já formou uma colmeia. Sem tocar nas crias, sem apertar, sem machucar, sem nada. Uma das razões da tubi produzir tanto pólen é o fato da colmeia ser tão populosa. “Ela tem uma quantidade de indivíduos muito grande comparando com as outras abelhas nativas. E tem a relação de que ela tem um investimento grande na reprodução, para perpetuar a sua espécie. Então, esse pólen ele é determinante no desenvolvimento da larva. Até fechar o casulo e, depois, romper o casulo e ela já nasce, então adulta”, diz Malheiros.

Longe do alvoroço das abelhas, o seu Wilson trouxe aqui para a gente, uma caixa cheia de pote, com pólen e mel. “Com uma pequena quantia de mel. Que chega a ter no máximo 10% de mel aqui dentro, que não tiro. Eu prefiro explorar o pólen e deixar o mel para ela se alimentar, que ela vai produzir mais pólen para mim”, diz.

É com o mel de abelha africanizada que seu Wilson bate o pólen e a própolis da tubi para desenvolver seus produtos. A pomada de própolis, por exemplo, seu Sebastião Vieira Neto usou depois que afundou a perna numa pilha de carvão e de passar por duas cirurgias. “Foi uma queimadura bastante profunda, de terceiro grau. Esse osso da canela ficou de fora todo. A ferida fechou na faixa de uns quatro meses”, diz Sebastião Vieira Neto, trabalhador rural.

Já seu Dionísio Bezerra foi picado por um inseto. Ele foi operado no hospital de Teresina, no Piauí, e usou os produtos do seu Wilson para completar o tratamento passado pelos médicos. Ele acredita que a pomada com própolis ajudou a cicatrizar a ferida. “Essa doença minha foi tão forte, que ela foi cedendo, mas foi devagarzinho, devagarzinho, até quando fechou. Quando fechou estava com dois anos ou mais”, diz ele.

No consultório do doutor Edeomílio Trovão, os produtos da abelha tubi fazem parte do receituário há pelo menos quatro anos. “A grande vantagem é que você está utilizando um produto natural, substitui antibióticos e os resultados se fazem presentes no final de algum tempo. Ferimentos abertos, de pele, tanto superficiais quanto profundos, queimaduras de primeiro e segundo grau respondem muito bem a pomada de própolis”, diz o médico.

A bióloga Abigail Araújo, da Universidade Federal do Maranhão, sempre vem a Barra do Corda buscar a própolis da tubi para levar até o laboratório em São Luís. “O que seu Wilson Melo vem fazendo é o que a população já faz desde a antiguidade. Já utilizavam a própolis, principalmente para cicatrização de feridas, como antisséptico, analgésico, e é isso que a universidade está tentando fazer. É através dos nossos resultados, fazer com que haja uma certificação desse produto para que seu Wilson possa comercializar com mais segurança”.

Enquanto isso, seu Wilson continua com sua paixão por essas abelhas, sempre à disposição para ajudar quem deseja criá-las ou estudá-las. “Hoje eu sou investigador delas. Pesquisador delas. E gosto delas”, diz ele. As abelhas brasileiras, como a tubi, têm sofrido com o desmatamento. Quanto menos floresta, menos abelha. Essa é uma das maiores preocupações dos pesquisadores.